sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Sobre a dificuldade de cortar a linha


   Hoje ouvindo uma música no rádio e comentando sobre algo que te envolvia percebi a falta que me faz. Seguindo o conselho de alguns amigos tentei pensar nos momentos ruins que nos afastaram. Não foi possível. A música foi fundo, contagiou, reencontrou os sentimentos com luta guardados. 
   Sabe, amo você e pareço uma drug addicted tentando fazer o suspiro virar passado. Confesso que tem dias que não há diferença, acordo e durmo sem você, sem pestanejar. Mas em alguns momentos calculo. 1 semana sem uma palavra. 2 semanas sem presença. E dia a dia vou nos matando em mim. Não pensei que seria tão difícil e nem que aconteceria dessa forma. Desconstruí, reconsiderei, sofri e fiquei bem sem você. Amar deve ser mesmo isso. O que dói é que amar fica. Lembrar de momentos eternizados, rompe. Mas me dão a certeza de que o que vivemos foi real. Real como queríamos que fosse. Tão real que nossos sonhos poderiam ser de verdade. Te desejo bem, e desejo a você que a vida seja como aquele primeiro eu te amo que eu te disse e que você soube responder tão sutilmente (sim, eu me lembro). Que essa dor que sentimos seja para a nossa felicidade... 




12 de agosto de 2014

Evitando a vida


   A realidade hipotética da vida me choca em alguns momentos. Percebo seres humanos iludidos e auto enganosos. Ludibriar a si mesmo nunca foi tão bonito. Tudo se torna fácil, completo e mais colorido. O ilusionismo de acreditar em falsas premissas faz com que o homem acredite que possui uma felicidade incondicionada, que mesmo em situações atípicas ou corrosivas, seu estado emocional é pertinente e positivo. A crítica, antes severa, passa a ser impetuosa, porém, desconsiderar princípios se torna necessário. A suavidade do toque passa a ser incomum, visando não a troca de energias, mas a troca inóspita de prazeres e desconhecimento. O compartilhamento do questionamento se torna afirmação, na qual todo ser é dono de seu próprio nariz e detentor absoluto da verdade. Se o curso das coisas não é como se quer, ou como almejado, que mal há em pensar que o oposto não me serve ou não me é a melhor opção? Mudar de pensamento se torna fácil, as convicções se perdem. Ignorar o princípio do caráter virou corriqueiro. Amar pode ser mera troca de interesses. E o próximo, quase nunca é próximo. Com tristeza, em meio a este redemoinho de valores, em meio a tanto grito suprimido e entalado; que jamais serviria de consolo ou de direção à algum nobre pecador, constato, com pesar: o ser humano está evitando a vida. 

   Tomara que minha crença seja ligeira.